quarta-feira, 15 de setembro de 2010



Twitter – Por Felisbina Feijó.

1 – Como os jornalistas podem usar/explorar?
R: O Twitter é uma plataforma de comunicação, um meio. É uma forma de acesso de interacção e de troca de informação. É sem dúvida útil para jornalistas e para jornais. Poderá mesmo ser, um meio para contactar as fontes e mesmo uma boa fonte de informação. O bom do Twitter é que a sua simplicidade faz dele muitas coisas. Na realidade o Twitter nada mais é que uma forma básica de comunicação na Web através de uma linha de comandos. Pode no entanto por essa mesma simplicidade ser tudo o que desejarmos. É uma ferramenta de trabalho quer de recolha quer de divulgação. O ser uma moda permite um grande número de utilizadores logo um grande número de fontes de informação. Mas como digo fontes que devem ser sempre confirmadas em diferentes canais. Alguns jornais já destacam jornalistas como correspondentes no Twitter de forma a poderem usar informações vindas a publico nesta rede. Repito o Twitter pode ser uma boa fontes de recolha de informação desde que usada com cuidado. O Twitter pode ser um bom meio de divulgação para empresas, entidades, etc., mas também para os jornais.
O Twitter pode ser para o jornalista:
• Fonte de informação
• Meio de contacto
• Meio de divulgação
• Feedback
• Interacção e cooperação

2 – Implicações relacionadas com o desrespeito a ética e deontologia profissional.

R: As redes virtuais podem melhorar o nível de informação do jornalista e, portanto, melhorar o jornalismo que é feito, porém, há de salientar que a exclusão das práticas fundamentais do jornalismo, a busca por pautas não pensadas ou não vinculadas aos órgãos de poder e a falta de verificação das informações podem afectar a qualidade da produção jornalística.
                                            
O risco é o Twitter se tornar uma espécie de fonte barata para os jornais, pois ele tem muita informação, mas não garante credibilidade nem qualidade, razão pela qual seria um absurdo ele tomar o lugar da actividade jornalística.
                           
A credibilidade do Twitter obedece aos mesmos critérios dos meios de comunicação tradicionais, ou seja, depende da credibilidade da fonte da informação e da coincidência das versões. O jornalista afirma que ter acesso a muita informação não significa ter boa informação.
Mas há que entender que existe uma ética e um conjunto de regras mais flexíveis, menos disciplinadoras do que a ética e as regras que são aplicadas aos meios de comunicação tradicionais. E que o Twitter ponha em causa a ética do jornalismo tradicional. Essas regras e éticas dos meios tradicionais são mais frequentemente transpostas por quem não é jornalista, exactamente porque não tem interiorizado como os jornalistas têm que acusações e informações têm que ser confirmadas.
Após a onda da profusão de informações no Twitter, o futuro talvez nos traga novas formas, pelas quais os filtros de qualidade passarão a ser cada vez mais relevantes no posicionamento dos sites informativos. Aí, talvez, haja uma nova emergência da ética jornalística e de seus procedimentos, por meio dos sistemas digitais.

3. Como os Relações Públicas e jornalistas devem tratar/lidar com o Twitter?

R: Para os Relações Públicas, o Twitter chega com a finalidade de reforçar a importância de estar nas redes sociais on-line e de se praticar acções organizacionais, além de facilitar as interacções, tornando a comunicação ainda mais simples. Mas o principal diferencial da ferramenta está em seu singular potencial, ainda não explorado anteriormente por outros serviços.

Seja para divulgar, analisar, anunciar, divulgar ou para debater e trabalhar a opinião pública. É essencial estar onde a parte interessada está, e se as redes sociais on-line são esse lugar, é para elas que os Relações Públicas devem se virar.

O Twitter é uma ferramenta que permite ainda conexão directa entre uma organização, seus públicos de interesse e suas redes de influência. E esse é mais um ponto favorável para o uso do Twitter como ferramenta de RP – a comunicação bidireccional, a quebra de hierarquias, comuns às redes sociais on-line, que permitem uma aproximação entre o presidente e o estagiário de uma organização.

Já os jornalistas devem tratar o Twitter como:

Ø   Fonte de Informação: O Twitter pode ser comparado a uma leitura de média digital em que o conteúdo foi seleccionado por editores a quem se segue e respeita.
Ø   Inspiração para reportagens: O que está a se discutir no Twitter? Quais são os temas “tendências” do momento?
Ø   Twittervistas: O Twitter permite entrevistas de uma forma não invasiva. Uma pessoa é entrevistada quase sem se dar conta.
Ø   Verificação das informações: Através do Twitter você pode pedir que seus entrevistados a exactidão da informação ou contrastar informação.
Ø   Notícias Urgente: A rapidez do Twitter faz um dos melhores meios de alerta de notícias que estão acontecendo no momento, em que a fonte original muitas vezes não é uma média, mas um local banal.
Ø   Fontes Rápidas: Pode recorrer ao Twitter para reunir informações que talvez se você fosse procurar levaria muito tempo.
Ø   Medir o interesse de um assunto: Se pretende escrever sobre um assunto e não tem certeza se vai interessar as pessoas, escreva no Twitter  e observe a reacção.
Ø   Promoção: Twitter é uma grande ferramenta para promover o seu trabalho jornalístico, através da publicação de links para seu trabalho.
Ø   Nos Bastidores: Através do Twitter pode manter os outros membros informados sobre como desenvolver o seu trabalho jornalístico, desde que conceba uma ideia, a pesquisa e entrevistas.

4 – Vantagens e Desvantagens para os jornalistas.

R: Entre as vantagens podemos citar:
  • A possibilidade de acompanhar a produção de informação em tempo real é uma mais-valia quer para os media quer para as instituições que podem gerir a sua própria informação através destes canais.
  • Os jornalistas ao utilizarem o Twitter também aumentam potencialmente a quantidade de informações que circula no ciberespaço. Esse aumento pode apresentar, para o jornalista novas fontes e novas informações.
  • O Twitter confere ao jornalismo a agilidade da informação ser transmitida.
  • O facto de as pessoas também as utilizarem para interagir entre si, contribui para que as informações se espalhem mais rapidamente entre os utilizadores.
  • O Twitter também oferece feedback. Uma matéria bem-feita pode gerar comentários, discussões e ser difundida dentro dos grupos sociais de forma a amplificar o seu impacto.
  • Com o Twitter, o jornalista tem um contacto mais próximo com os seus potenciais leitores e toma conhecimento dos seus problemas e inquietações. Através delas o jornalista tem à sua disposição uma infinidade de matéria que lhe pode ser útil, de uma forma rápida e sem se deslocar aos locais do acontecimento. Pode ter acesso a fotografias, vídeos, contactos e testemunhos a partir de pessoas que estejam ligadas à sua rede de qualquer parte do mundo, partilhá-las e discuti-las.
As desvantagens são:

  • As informações verídicas e as falsas coexistem e muitas das vezes ambas são misturadas e até publicadas por jornalistas que se esquecem de uma regra de ouro do jornalismo: confirmar sempre as informações junto de várias fontes.

  • Acarreta o perigo da veracidade dos factos por causa do imediatismo.

  • A exposição das pessoas, pois como se sabe não é difícil criar na Internet uma identidade completamente fictícia;

  • A falta de privacidade embora esta possa ser controlada mediante a informação que queremos ou não colocar na rede;

  • Outro factor importante é o facto de os jornalistas revelarem informações pessoais que podem  ser usadas em contextos que o mesmo não considerou ao revelar essas informações.

  • A informação recolhida e utilizada à posteriori num contexto diferente pode tornar-se embaraçosa ou mesmo prejudicial para o jornalista.

  • Em alguns casos, são criados perfis falsos em nome de alguém com o objectivo de ofender o seu bom-nome.

  • A grande multiplicidade de fontes de informação gera a criação de ruído na mensagem.


5 – Quem usa em Angola?
R: Em Angola temos temos os casos dos jornalistas Reginaldo Silva e Sousa Jamba. Ambos são usuários do Twitter.

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